quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Uma simples pergunta: por quê?

Daniel Reis
membro do Comitê Regional do PCB-RJ

O assunto da semana - talvez do mês e do ano - é a morte do cinegrafista numa manifestação. Ninguém mais fala do aumento da passagem, nem da qualidade do transporte. Muito menos do quanto está caro viver nessa cidade.

Mas eu queria perguntar por que chegamos a esse ponto de tensionamento em manifestações? Existia rojão em manifestação em Junho?

Esse governo sádico implanta o terror estatal onde finca a bandeira da UPP. Nas quais os comandantes se acham acima da lei: proibindo manifestações culturais e suprimindo direitos individuais consagrados pela Constituição. Ao mesmo tempo empurra a violência para as demais áreas do Estado, aumentando o conflito entre facções rivais no subúrbio, a existência de tráfico de drogas e a consequente guerra para Baixada onde não existia e disparando a violência no interior.

Esse é o governo do conflito de interesses - o governador divide o leito conjugal com a advogada da Supervia, das barcas e do metrô. As concessionárias de transporte público prestam um lixo de serviço e quem deveria fiscalizá-las dorme com uma das principais interessadas em manter as coisas do jeito que estão.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

As classes dominantes querem tirar o povo da rua!

Pela Comissão Política Regional
12 de fevereiro de 2014

O PCB lamenta profundamente a morte de mais um trabalhador brasileiro, desta vez a do jornalista Santiago Andrade. Essa morte engrossa a estatística de milhares de trabalhadores, vítimas da barbárie capitalista que assalta nosso país.

As circunstâncias em que ocorreu a morte do cinegrafista Santiago Andrade estão sendo exploradas da forma mais cínica pela mídia dominante, mídia esta que faz questão de esquecer as mortes de alguns outros trabalhadores como Cícero Guedes, líder do MST, em Campos, ou mesmo de seres humanos marginalizados desta sociedade como o pedreiro Amarildo, ou aqueles que são vítimas da violência da polícia de Beltrame, no Juramento, na Vila Cruzeiro, na Pedreira.

Sentimos um enorme pesar pelo falecimento do cinegrafista, porém são muitas as mãos que estão sujas de sangue neste momento. A responsabilidade não é apenas de quem acendeu o pavio, seja quem for.

A chama que acendeu o pavio, na verdade, já estava por aí há muito tempo. O aumento das passagens, inviabilizando o deslocamento da maioria da população pela cidade e o seu entorno; a carestia dos alimentos; as obras superfaturadas, financiadas pelo dinheiro público, que nos passam diariamente pela cara; a precária e assustadora situação da saúde pública que, privatizada, transformou-se em mercadoria; as constantes chacinas perpetradas pela polícia (na última delas, no Morro do Juramento, no dia 05/02/2014, seis pessoas foram executadas por policiais); as remoções de dezenas de comunidades para dar espaço para a Copa do Mundo e Olimpíadas; e tantos outros exemplos de injustiças e abusos que simplesmente não cabem no pequeno espaço dessa nota, alimentaram essa chama e a transformaram numa imensa labareda.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Nota do PCB-RJ sobre os 50 anos do Golpe Empresarial- Militar

Pela Comissão Política Regional

2014 é o ano do 50º aniversário do golpe empresarial-militar que sangrou o País por duas décadas (1964- 1985). Ao longo desse período de trevas reinou o terrorismo de Estado, com liberdades individuais cassadas e trabalhadores perseguidos, torturados e mortos, enquanto os verdugos no poder cuidavam dos interesses dos grandes grupos capitalistas privados -brasileiros e estrangeiros- sob a orientação direta do governo dos EUA.

Anos depois de “normalidade democrática”, fica evidente que a ditadura do capital continua uma realidade no Brasil. As liberdades individuais continuam sendo cerceadas, bem como os direitos mais básicos, como a moradia, solenemente desrespeitados quando se trata de agradar aos donos do poder, como fica evidente, em um exemplo atual, nas remoções de moradores de áreas populares para "modernizar" a cidade e garantir o tom elitista da Copa do Mundo. Trabalhadores também continuam sendo perseguidos, torturados e mortos, vitimados por uma polícia militarizada cuja missão é reprimir a população -e principalmente a juventude negra e pobre-, uma verdadeira máquina de matar a serviço da burguesia.

O combate aos crimes dos verdugos de hoje caminha junto com o combate aos crimes dos verdugos do passado. Nesse sentido, o Partido Comunista Brasileiro- PCB considera um dever revolucionário participar das iniciativas dos setores progressistas e democráticos da sociedade no sentido de apurar e esclarecer os nefastos “anos de chumbo” que aterrorizaram o povo brasileiro.